quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Primeira grande lição que ele está me ensinando

Há tempos atrás uma amiga, mãe de um garoto de 7 anos, me disse que eu era muito dura com os homens e que depois que ela teve um filho adquirira uma certa pena deles e que eu devia tratá-los com mais carinho.

Na minha família são apenas mulheres. E as mulheres da minha família são muito fortes, até por que tiveram que se virar contando apenas consigo mesmas. Aliás, este foi um dos grandes motivos que me fizeram optar pela maternidade sozinha: é a coisa mais normal do mundo lá em casa. A única honrosa exceção é a existência abençoada do vovô; que é na dele, raramente abre a boca e, a primeira vista, ou aos olhos de quem só enxerga superficialmente, esse bendito fruto é massacrado pela personalidade controladora e a língua que trabalha incessantemetne o dia inteiro da minha avó. Você só precisa ficar ao lado dela para que ela converse sozinha (aparentemente ela está falando com você) mudando de um assunto para outro bem faceira.

Então chegou o Franco, que é a cara do vovô, para felicidade da mãe dele, e bem tranquilo aprendeu sozinho a mexer no pinto com 5 meses. É todo um mundo desconhecido para mim. Dois mundos: o da maternidade e o masculino. E o universo masculino é muito diferente do feminino desde o berço. Tem a questão da testosterona que confere ação aos meninos e deixa o lado do cérebro responsável pela linguágem, expressão dos sentimentos... mais lento, a sexualidade a flor da pele, o olhar de encantamento para a mamãe, a fome voraz e o crescimento super rápido. Certamente haverão muitas outras peculiaridades, com as quais ainda não me deparei. Todas novas pra mim e que estão me ensinando a ver o mundo masculino sob outra perspectiva.

Não uma perspectiva de piedade. O meu olhar está se tornando mais compreensivo para com os homens, mais benevolente talvez. Por que tem ficado muito claro para mim, nesta descoberta que está só començando, que os homens são bem menos despachados do que as mulheres. Talvez mais inseguros exatamente por que há menos conexões entre os lados direito e esquerdo dos seus cérebros, o que os torna mestres apenas nos funcionamentos racionais. 

A parte mais legal é que estou formando um menino com muito treino na arte de expressar sentimentos, especialmente para que se torne um homem independente e livre, exatamente como significa o nome que escolhi para ele. Ou seja, ao fim e ao cabo todo o poder está nas mãos das mulheres, essas formadoras de personalidades.

3 comentários:

  1. Ro, você acha mesmo que a diferença entre as conexões dos lados do cérebro fazem tudo isso? Tenho pra mim que essa diferença é mínima e não afeta o comportamento, creio que o meio social influencia tanto que anula essa diferença. Acho que o seu esforço, se é que vai haver algum, seria mais contra a sociedade bombardeando "tradições" pra ele, que contra o biológico. Claro que tudo isso é da minha cabeça, não tenho conhecimento algum para embasar essa opinião, é mais como pseudo-filosofar. Gosto de pensar em como seriam as pessoas num mundo sem construções de gênero, se haveria mesmo tanta diferença de comportamento, pensar e sentir. Se a biologia teria tanta influência assim.

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  2. Débora, eu gosto de pernsar que o controle está no meio por que significa que o controle está comigo. Quando a coisa passa para a genética ou a pura biologia eu não tenho controle. Minha sessão de análise hoje foi exatamente sobre isto e a analista fez questão de ressaltar que muita, mas muita coisa é determinação genética. Segundo ela, até o sono agitado do Franco pode ter uma pré-disposição genética que eu desconheço (por que tem todo um lado genético dele que eu desconheço por completo!). Estou aprendendo a reconhecer essas diferenças biológicas/manifestações genéticas e a lidar com elas.

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  3. Isso de não ter o completo controle assusta um pouco não? Eu travo uma batalha interna para aceitar essas diferenças biológicas porque pra mim, o racional deveria superar tudo.

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